No mesmo dia em que a principal atração turística de João Pessoa - o por do sol ao som do bolero de Ravel na praia do Jacaré - foi praticamente enxotada dos roteiros e da vida do pessoense, numa ação do Ministério Público que carece de boa revolta pelo ‘trade’ e pelo Poder Público Executivo estadual, Campina Grande, a cidade d’O Maior São João do Mundo e do alto poder de inventividade da sua gente, inaugurou nas águas do plácido e histórico Açude Velho um serviço similar que, em tese, supre a falta de visão das autoridades que deletaram Jurandi do sax na sagrada hora do ângelus em que o ardente Sol cede espaço para o romantismo da Lua.
Uma espécie de barca, ornamentada em seu redor com motivos juninos, conseguiu atrair centenas de nativos e visitantes à beira do Museu dos Três Pandeiros - última obra prima do saudoso Oscar Niemayer - para apreciarem ao som da sanfona, do zabumba e do pandeiro a cortante e nem por isso menos emocionante ‘Ave Maria Nordestina’, cantada por forrozeiros da cidade, espetáculo que tem tudo para permanecer ativo no calendário diário do ascendente turismo campinense.
A iniciativa, aplaudida por todos,e que integra o projeto ‘Música no Açude Velho”, é do Instituto Rede Repente, com apoio da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do Ponto De Cultura Ypuarana, e da Quadrilha Junina Cambebas.
O musical não surgiu para fazer face ao por do sol do Jacaré, sendo a coincidência da morte de um e o nascer do outro apenas isso - uma mera coincidência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário