quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Vovô, o mundo vai acabar mesmo?", perguntou-me bastante preocupada a neta mais velha, de oito anos, enquanto a gente fazia compras num mercadinho na praia de Paúba, em São Sebastião.

Sempre interessada em tudo o que acontece à sua volta, ela estava prestando atenção na televisão junto ao caixa e ouviu alguma coisa a respeito.

Foi um custo convencê-la de que isto é bobagem, o mundo não vai acabar coisa nenhuma, pode ficar tranquila. Desconfiada, volta e meia ela vinha de novo com o assunto, querendo saber porque estavam falando aquilo na televisão.

Nem deve ter dormido direito naquela noite. Laura já lê jornal e revista, adora livros, navega na internet e quer saber o por quê de tudo. As crianças de hoje, ao contrário do que muita gente pensa, são muito sabidas e curiosas.

Tentei lhe explicar que isso é coisa de um tal de calendário maia que anuncia para dezembro deste ano o fim do mundo. Não é a primeira vez. Já tivemos muitos fins de mundo anunciados e não cumpridos. Pelo menos até o momento em que escrevo este texto, nosso planetinha ainda não acabou.

Naqueles dias da semana passada, tinha acabado de ler todas as retrospectivas e perspectivas publicadas pelos nossos urubólogos e futurólogos de plantão _ e, de fato, fiquei com a sensação de que estávamos mesmo caminhando para o final dos tempos. Em resumo, o mundo foi uma desgraça só em 2011, e pode piorar mais um pouco em 2012.

A ser verdade tudo o que meus colegas previram de problemas, crises e impasses em 2012, no Brasil e no mundo, pode ser mesmo que os maias tenham alguma razão.

Para completar, alguns portais publicaram as previsões apocalípticas do resistente Fidel Castro, que voltou a escrever um artigo depois de andar sumido nos últimos meses. Aos 85 anos, ele adverte que não temos muito futuro por causa das mudanças climáticas e da ameaça de conflitos nucelares. Para o articulista Fidel, o mundo corre perigo.

As primeiras notícias do ano também não ajudaram a acalmar a minha neta. O de sempre: tragédia das águas, mortos e desabrigados, malfeitos em geral na Justiça, ministro balançando e se explicando, o PSDB esperando uma definição de José Serra, cracolândia em pé de guerra e até um prédio implodido com 800 quilos de dinamite que permaneceu em pé.

De fato, o começo do ano não foi dos mais animadores, mas tenho esperanças de que ainda vamos comer peru neste Natal e, quem sabe, nos próximos. Para dormir tranquila, Laurinha só deve evitar aqueles noticiários que não fazem bem para a saúde das crianças.

Sejam todos benvindos a 2012. E seja o que Deus quiser... Vida que segue.


Do Blog do Ricardo Kotscho

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