Texto de Marinho Mendes, Promotor de Justiça da Paraíba
Falarei aqui sem nenhum remorso de que sinta alguma inveja pela magistratura, uma vez que fui um dos primeiros colocados num concurso de juiz, fui nomeado duas vezes e me recusei a assumir as "altas funções", achei que ficaria engessado e não poderia produzir a contento em prol dessa massa esquálida, sofrida, sem rosto, sem visibilidade, queria ser PROMOTOR DE JUSTIÇA E SOU COM MUITA HONRA, COM A ALEGRIA MAIS SENTIDA e tenho certeza, acertei na escolha.
Jamais engoli a empáfia da maioria dos juízes, os quais, atrasados no tempo e no espaço, pensam serem os senhores da razão, não tiveram a percepção de sentir que o mundo evoluiu e nessa evolução todo o trabalho produzido é importante, não tiveram a sensatez de perceberem que essa classe se configura num retrato 3X4 da mais retrógada burocracia, que nas farras do poder de outrora e hodiernamente, em orgias palacianas, somente consomem e nada produzem. ME DIGAM O QUE PRODUZ O JUDICIÁRIO PARA O POVO BRASILEIRO? produz um trabalho formal arrogante que só serve à elite desse País e o pior de tudo, como dantes, continua a charfurdar nas orgias das salas de honra, nos gabinetes refinados e repletos de apaniguados chamados modernamente de assessores, onde se consome de tudo, menos a luta contra o sofrimento do povo brasileiro, é uma casta cega, não consegue captar que o país não é mais propriedade de senhores feudais e que suas colendas sesmarias devem se abrir ao mundo dos que lhes custeiam, os contribuintes, e devem também quebrar as fechaduras das suas casas grandes (as salas de audiência, a sala do tribunal pleno, as salas das turmas e das câmaras recursais), para que os habitantes da senzala possam nela penetrar, percorrer seus corredores, pois, o mundo mudou, o país avançou, se modernizou e só os míopes, os tetraplégicos de inteligência ainda pensam que vivem nos vetustos tempos medievos da senzala, acordem juízes, ou vão padecer depois da linha do equador acocorados, humilhados, de forma calada e rancorosa.
Os magistrados brasileiros, não conseguem entender que a sua falta de humanismo diáletico está gerando novos espaços de resolução de conflitos dentro das comunidades onde surgem os espaços de mediação, é o direito achado na rua, é o direito restaurativo, a demosntarem que uma sociedade esclarecida não precisa da tutela de juízes e mais ainda, esses novos paradigmas expressam uma emancipação da tutela judiciária, que órfã de visão, com suas togas dos tempos de antanho se fechou à modernidade e não conseguiu enxergar os novos tempos.
Nesses novos tempos, não se tolera privilégios, é extremamente boçal o conceito de casta e o mais sintomático, que todas as profissões são igualmente importantes e aquelas que ostentaram regalias durante o correr dos tempos, são vistas com desconfiança pela opinião pública, pela nação de uma forma geral, e que semi-deuses, só existem nos contos de fadas, na mitologia grega, nos poemas épicos de Homero, a Ilíada e Odisséia, em poetas como Plutarco e Pausânias, sendo correto inferir e afirmar-se que a magistratura atual é despossuída de hércules, ulisses, isto é bem cristalino, mas a cegueira crônica não permite aos membros do poder judicante, vislumbrar luzes, mas somente as trevas do passado que nada cosntruíram, e é correto verberar que os raios das luzes da razão ainda não adentraram nos salões nobres, para dali removerem o mofo do mais absurdo arcaismo.
Desta forma, entendemos que o posicionamento da Corregedoria do CNJ é o correto, imagine termos colegas milionários, percebendo os mesmos estipêndios que nós, desfilando ao sol do meio dia a pino, se exibindo de forma despudorada, sem a obrigação de se justificarem, de forma que eles tem que sair das sombras e explciarem qual a mágica utilizada, não só lá no judiciário, mas também aqui, temo que tenhamos milionários que não conseguirão justificar seu vasto e valioso patrimônio e então que morram o atraso, o enriquecimento injustificado e suspeito, o pensamento ultrapassado e infeliz da casta privlegiada e desprovida da clareza solar do conhecimento, que morra o sentimento de semi-deuses dessa classe de burocratas e que VIVAM as iniciativas do CNJ e que contagie também o nosso CNMP, pois, quem é limpo não tem nada a temer. Um feliz ano novo
(Marinho Mendes).
Fonte: Tião Lucena
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