sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
Aos homens maduros
Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos homens que hoje estão na idade madura. É claro que toda a regra tem as suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor. Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacarei aqui uma classe de homens que são companhias agradabilíssimas: os que hoje são quarentões, cinquentões e sessentões.
Percebe-se com certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles têm pelo que há de mais belo: o sentimento.
Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloqüentes. Sabem o que falam, e sabem falar na hora certa. São cativantes, sabem fazer-se presentes, sem incomodar. Sabem conquistar uma grande amizade.
Em termos de relacionamento, trocam a quantidade pela qualidade aguçada sobre os valores da vida, sabem tratar uma mulher com respeito e carinho.
São homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar, e de viver.
Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes.
Homens mais amadurecidos têm mais desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer as suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados. A razão pela quais muitos homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas deve-se a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gastos individuais, etc.
Mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influência nos modos de viver de uma época, filmes e musicas ouvida e curtidas deixaram boas recordações da sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não voltam mais.
Viveram a sua mocidade (época que marca a vida de todos nós) em um dos melhores períodos do nosso tempo: os anos 60/70. Considerados as “décadas de ouro” da juventude, quando o romantismo foi vivido e cantado em verso e prosa.
A saudável influência de uma época, provocada por tantos acontecimentos importantes, que hoje permanecem na memória, e que mudaram a vida de muitos. Uma época em que o melhor da festa era dançar agarradinho e namorar ao ritmo suave das baladas românticas. O luar era inspirador, os domingos de sol eram só alegrias.
Ouviam Beatles, Johnny Mathis, Roberto Carlos, Antônio Marcos, The Fevers, Golden Boys, Bossa Nova, Marres Albert, Jovem Guarda e muitos outros que em balaram suas “jovens tardes de domingo, quantas alegrias! Velho tempo, belos dias”.
Foram e ainda são os Homens que mais souberam namorar: namoro no portão, aperto de mão, abraços apertadinhos, com respeito e com carinho, olhos nos olhos tinham mais valor...
A moda era amar ou sofrer de amor.
Muitos viveram de amor...
Outros morreram de amor...
Estes Homens maduros de hoje, nunca foram Homens de “ficar”.
Ou eles estavam a namorar pela certa, ou estavam na “fossa”, ou estavam sozinhos. Se eles “ficassem”, ficariam para sempre... ao trocar alianças com suas amadas.
Junto com Benedito de Paula, eles cantaram a “Mulher Brasileira em primeiro lugar”!
A paixão pelo nosso país, era evidente quando cantavam: “As praias do Brasil, ensolaradas, no céu do meu Brasil, mais esplendor... A mão de Deus abençoou, mulher que nasce aqui, tem muito mais amor... Eu te amo, meu Brasil, eu te amo. Ninguém segura a juventude do Brasil... sil... sil.”
A juventude passou, mas deixou “gravado” neles, a forma mais sublime e romântica de viver.
Hoje eles possuem uma “bagagem” de conhecimentos, experiências, maturidade e inteligência que foram acumulando com o passar dos anos. O tempo se encarregou de distingui-los dos demais: deixando seus cabelos cor de prata, os movimentos mais suaves, a voz pausada, porém mais sonora, hoje eles são Homens que marcaram uma época.
Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.
Muitos deles hoje “dominam” com habilidade e destreza essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriar os sentimentos pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavra de amor. Nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, sentir e expressar seus sentimentos. Muitos tornaram-se poetas, outros amam a poesia.
Por que o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades. O importante é perceber que seus corações permanecem jovens...
São Homens maduros, e que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de admirá-los.
Zélia Gatai
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Hermann Hesse
Fernando Pessoa
"Sou um poço de gestos que nem em mim se esboçaram todos, de palavras que nem pensei pondo curvas nos meus lábios, de sonhos que me esqueci de sonhar até ao fim.
sábado, 25 de dezembro de 2021
Humor
O camarada chegou para a namorada e disparou:
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.
Mário Quintana
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
"Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze táxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover."
Antônio Lobo Antunes - in 'Quinto Livro de Crônicas
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
domingo, 19 de dezembro de 2021
Tenho eu mim todos os ergástulos. Eles me aprisionam e eu cravo meu derradeiro pranto. Entre grades, tomo a vida em longos tragos. Nada em mim é pouco, louco, tudo em mim extravasa, tudo sobra. As horas não passam. Não tenho relógios interiores. Repouso os grilhões nos braços teus. Em vão, não me liberto. Murmuro piedade, clemência, absolvição. Liberdade desses lábios que não são meus.
Teófilo Júnior