Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti eu criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
sábado, 29 de fevereiro de 2020
Premissas erradas geram notícias falsas sobre as mudanças climáticas
Modelos matemáticos enviesados, criados de modo a refletir certa pauta
política, criam cenários catastrofistas para o futuro da Humanidade.
As mudanças climáticas em breve constituirão “uma catástrofe global custando milhões de vidas em guerras e desastres naturais”, previu um estudo governamental.
Em 2020, de acordo com uma reportagem do Guardian sobre o estudo,
“a mudança abrupta do clima poderia levar o planeta à beira da anarquia
enquanto os países desenvolvem armas nucleares para defender e
assegurar suprimentos de comida, água e energia".
Isso foi há 16 anos. Agora que o ano de 2020 está sobre nossas cabeças, será que algum desses cenários “catastróficos e sombrios” está se realizando? Longe disso.
Realmente, o planeta experimentou um leve aquecimento. Mas as
alegações de que há um aumento nas condições climáticas extremas são
muito exageradas.
Pelo contrário, as sociedades conseguiram enriquecer e, como
resultado, se tornaram mais capazes de resistir aos eventos extremos que
enfrentaram.
Aqui nos EUA, a economia está prosperando. O desemprego se mantém nos
níveis mais baixos da história. E, ao conquistarmos a independência
energética, transformamos o panorama global de energia.
Retórica alarmista
Então de onde veio toda essa retórica alarmista? Bom, modelos
matemáticos equivocadas explicam boa parte do problema. Os modelos
matemáticos às vezes se baseiam em premissas que foram reforçadas para
satisfazer uma pauta regulatória específica.
Isso faz parte de um estudo novo que publiquei na publicação
Environmental Economics and Policy Studies, juntamente com Ross
McKitrick, da University of Guelph, em Ontário, e Pat Michaels, do
Competitive Enterprise Institute, um think tank de livre mercado.
O estudo analisou algumas das premissas contidas num modelo
matemático que pretendia estimar os efeitos econômicos das mudanças
climáticas. Chamado de modelo FUND, ele foi usado para estimar um conceito chamado "custo social do carbono", que se refere aos danos econômicos associados às emissões de dióxido de carbono em uma determinado intervalo de tempo.
Ao contrário de outros modelos que o governo usou antes, no entanto, o
FUND na realidade incorpora os benefícios das emissões do dióxido de
carbono em sua estrutura.
Todos esses modelos matemáticos se baseiam em premissas. Nesse estudo, nos ativemos às premissas relacionadas à sensibilidade climática, bem como nos benefícios agrícolas.
Custo social do carbono
Embora se saiba há muito tempo que as emissões de dióxido de carbono afetam as temperaturas, a questão é em que medida.
Descobrimos que atualizar as premissas de acordo com pesquisas mais
recentes pode ter um efeito significativo no custo social do carbono.
Em alguns cenários realistas de aquecimento moderado, descobrimos que
o custo social do carbono é essencialmente zero e pode até ser negativo.
Isso mesmo: os benefícios associados a um acréscimo moderado de calor
pode superar os custos. Normalmente, esses benefícios advém de janelas
de cultivo mais longas e um aumento da produção agrícola.
Conclusão: O FUND, sob premissas bastante razoáveis, indica
que uma quantidade moderada de aquecimento praticamente não tem impacto
negativo e pode até ser algo bom.
Este estudo é apenas um de muitos numa torrente de pesquisas sobre o
custo social do carbono publicadas pela Heritage Foundation’s Center for
Data Analysis. Minha pesquisa anterior demonstrou que os modelos
matemáticos usados para estimar o impacto econômico das mudanças
climáticas também são extremamente sensíveis a alterações de outras
premissas.
Entre essas premissas estão tentativas tolas de se fazer projeções para daqui a 300 anos e o desprezo às recomendações do Escritório de Gerenciamento e Orçamento (EGO) em relação à análise de custo-benefício.
Em nossa pesquisa, mudamos essas premissas alterando os modelos de
projeção de uma maneira mais sensata, incorporando as recomendações do
EGO para esse tipo de análise e atualizando as premissas relacionadas à
sensibilidade climática. Descobrimos que o ajuste dessas premissas é
capaz de reduzir o custo social do carbono em até 80% ou mais em
comparação com as estimativas feitas pelo governo Obama.
Nossa conclusão é a de que o governo Obama inflou deliberadamente as
estimativas do custo social do carbono para justificar sua pauta
política. Desde então, a Heritage defende que esses modelos
matemáticos estão tão sujeitos à manipulação pelo usuário que é uma
ingenuidade e um perigo colocá-los nas mãos de legisladores, reguladores
e burocratas.
Sim, modelos estatísticos podem ser úteis para a compreensão de fenômenos do mundo real.
Mas qualquer modelo é tão bom quanto as premissas que o compõem.
Modelos criados s de maneira imprópria podem enganar o público, enganar
os formuladores de políticas e resultar em grandes custos para os
americanos comuns.
Kevin D.
Dayaratna é especialista em questões tributárias, de energia e políticas
de saúde como estatístico sênior e programador de pesquisas no Centro
de Análise de Dados da Heritage Foudation.
Neandertais colocavam flores nas sepulturas de seus mortos
Os neandertais não apenas enterravam seus mortos, mas também colocavam flores nas sepulturas de seus entes queridos.
(...)
A descoberta foi interpretada como evidência de que os ossos haviam sido enterrados com flores em uma espécie de ritual funerário. Isso contradiz nossa compreensão anterior dos neandertais como animalesca, inculta e pouco sofisticada. Desde então, surgiram mais evidências de que os neandertais eram muito mais espertos do que se acreditava anteriormente, mas faz muito tempo desde que eles andaram na Terra, e seus restos mortais são muito, muito raros.
Leía a matéria na íntegra clicando aqui
Como o meu desequilibrado e inconstante coração ... se prendeu a ti!
Como um raminho de hera que criou raízes e que se agarra cada vez mais.
Vim para os teus braços chicoteada pela vida e quando às vezes deito a
cabeça no teu peito, passa nos meus olhos, como uma visão de horror, a
minha solidão tamanha no meio de tanta gente!
A minha imensa solidão de dantes que me pôs frio na alma.
Eu era um pequenino inverno que tremia sempre; era como essa roseira
que temos na varanda ...que está quase sempre cheia de botões mas que
nunca dá rosas!
Na vida, agora há só tu e eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros que são todo o meu bem.
Florbela Espanca, in "Correspondência"
Na vida, agora há só tu e eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros que são todo o meu bem.
Florbela Espanca, in "Correspondência"
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Os animais estão se tornando noturnos para evitar humanos
Um estudo publicado na Science descobriu que os mamíferos estão se tornando mais noturnos em resposta à atividade humana.
(Créditos da imagem: Jamie Hall).
A atividade humana está fazendo com que
os mamíferos do planeta fujam da luz do dia para a proteção no escuro da
noite, de acordo com um novo estudo da Universidade da Califórnia em
Berkeley (UC Berkeley).
O estudo, publicado na revista científica Science, e apoiado em parte pela National Science Foundation
(NSF), representa o primeiro esforço para quantificar os efeitos
globais da atividade humana nos padrões diários de atividade da vida
selvagem. Os resultados destacam o processo poderoso e amplamente
difundido pelo qual os animais alteram seu comportamento ao lado das
pessoas: a perturbação humana está criando um mundo natural mais
noturno.
“As perdas catastróficas em
populações de animais selvagens e habitats como resultado da atividade
humana estão bem documentadas, mas as maneiras mais sutis pelas quais
afetamos o comportamento animal são mais difíceis de detectar e
quantificar”, disse em um comunicado da UC Berkeley a estudante de doutorado e principal autora do estudo, Kaitlyn Gaynor.
Gaynor, juntamente com os coautores
Justin Brashares e Cheryl Hojnowski, da UC Berkeley, e Neil Carter, da
Boise da State University, aplicaram
uma abordagem de meta-análise, usando dados de 62 espécies em seis
continentes para procurar mudanças globais no tempo de atividade diária
de mamíferos em resposta a influência dos seres humanos. Esses dados
foram coletados por várias abordagens, incluindo câmeras disparadas
remotamente, GPS e colares de rádio e observação direta. Para cada
espécie em cada local de estudo, os autores quantificaram a diferença na
noturnalidade animal sob baixa e alta perturbação humana no ambiente.
Em média, segundo o estudo, os mamíferos
foram 1,36 vez mais noturnos em resposta a distúrbios humanos. Isso
significa que um animal que naturalmente divida sua atividade
uniformemente entre o dia e a noite aumentou sua atividade noturna para
68% quando em ambiente próximo a pessoas.
Esse achado foi consistente entre
espécies de carnívoros e herbívoros de todos os tamanhos de corpos
maiores que um quilograma (pequenos mamíferos não foram incluídos no
estudo). O padrão também se aplica a diferentes tipos de distúrbios
humanos, incluindo atividades como caça, caminhadas, mountain biking e
infraestrutura, como estradas, assentamentos residenciais e agricultura.
Castor-europeu (Castor fiber) no centro de uma grande cidade francesa. (Créditos da imagem: Lauren Gesli).
“Nós examinamos os efeitos
antropogênicos sobre os padrões de atividade dos mamíferos, conduzindo
uma meta-análise de 76 estudos de 62 espécies de seis continentes. Nosso
estudo global revelou um forte efeito dos seres humanos nos padrões
diários da atividade da vida selvagem. Os animais aumentaram a sua
noturnalidade por um fator médio de 1,36 em resposta a perturbações
humanas”, relataram os pesquisadores.
De acordo com Brashares, professor do Departamento de Ciência, Política e Administração Ambiental
e principal autor do estudo, as consequências da mudança comportamental
na vida selvagem podem ser vistas através de lentes contrastantes. “Do
lado positivo, o fato de que a vida selvagem está se adaptando para
evitar humanos temporariamente pode ser visto como um caminho para a
coexistência de humanos e animais selvagens em um planeta cada vez mais
lotado”, disse Brashares. “No entanto, os padrões de atividade
animal refletem milhões de anos de adaptação — é difícil acreditar que
podemos simplesmente espremer a natureza na metade escura de cada dia e
esperar que ela funcione e prospere”.
No artigo, os autores descrevem uma gama
de potenciais consequências negativas das mudanças que relatam na vida
selvagem, incluindo desequilíbrios entre o ambiente e as características
de um animal, perturbação do comportamento normal de forrageamento,
aumento da vulnerabilidade a predadores não humanos e aumento da
concorrência. Eles ressaltam, no entanto, que, embora muitos dos estudos
incluídos em sua meta-análise tenham documentado um claro aumento na
atividade noturna, poucos examinaram as consequências para os animais,
populações ou ecossistemas individuais.
“Esperamos que nossas descobertas
possam abrir novos caminhos para a pesquisa da vida selvagem em
paisagens dominadas por humanos. Ainda temos muito a aprender sobre as
implicações dos padrões alterados de atividade para o manejo de
populações de animais selvagens, interações entre espécies e até mesmo a
evolução induzida pelo homem”, disse Gaynor.
Por
Referência:
- GAYNOR, Kaitlyn M. et al. “The influence of human disturbance on wildlife nocturnality”; Science, 2018. Acesso em: 15 jun. 2018
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
Jovem preso por falsificação paga a própria fiança com notas falsas e é preso novamente
Santa Catarina - Um jovem, que já havia sido detido
por usar dinheiro falso, foi novamente preso, nesta quarta-feira, por
pagar a própria fiança com notas falsas. As informações são do portal
OCP News, de Santa Catarina, onde o crime ocorreu.
O homem, de 23 anos, pagou sua fiança após ser
encaminhado a uma audiência de custódia, por usar notas falsificadas
para comprar produtos em um parque aquático. Apenas quando o cartório
foi depositar a quantia em sua conta judicial, contudo, descobriu-se que
as notas usadas para pagar sua fiança também eram falsas.
Com isso, o Setor de Investigação Criminal (SIC) foi acionado para localizar o homem e foi decretada sua prisão preventiva.
Marcello Casal / Agencia Brasil
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
IG | @decifrandoastronomia
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
A história nada romântica por trás do beijo no fim da Segunda Guerra
Reproduzida como símbolo de amor e esperança, a verdadeira narrativa da cena é, no mínimo, decepcionante
Era 14 de agosto nos Estados Unidos quando multidões foram às ruas –
bem mais efusivamente do que em maio, no caso dos Estados Unidos, assim
como na China, Coreia e Austrália, inimigos mais afetados pelo Japão. Nesse dia, a célebre foto reproduzida acima foi tirada pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt na Times Square, em Nova York.
É certo que isso vai estragar muito de seu encanto, mas a história real da fotografia não é exatamente romântica.
O fervor na Times Square
Indo imediatamente para as ruas, Alfred Eisenstaedt começou a
fotografar a felicidade das pessoas com o fim da guerra. Foi então que
ele avistou o marinheiro George Mendonça, que comemorava com Rita, sua
namorada e futura esposa. Acontece que George estava completamente
bêbado, agarrando e beijando todas as mulheres que via: não importava se
eram avós, robustas, magras ou desconhecidas.
"Nenhuma das fotos
possíveis me agradou. Então, de repente, vi algo branco sendo
agarrado. Eu me virei e cliquei no momento em que o marinheiro beijou a
enfermeira", afirmou Eisenstaedt, fotógrafo responsável pela fotografia,
em entrevista posterior.
Portanto, ao invés de retratar um casal apaixonado, a cena reproduz
um dos muitos beijos roubados que homens deram em enfermeiras naquele
dia. O fotógrafo registrou o momento exato em que George pulou sobre a
enfermeira Greta Friedman para beijá-la.
“De repente, eu fui agarrada pelo marinheiro. Não era exatamente um beijo”,
afirmou Greta em 2005, numa entrevista para o Veterans History Project.
“Senti que ele era muito forte, e estava me segurando firme. Não tenho
certeza sobre o beijo... era só alguém celebrando. Não era um evento
romântico.”
Em uma das quatro fotos tiradas por Eisenstaedt, é
possível ver Rita Mendonça sorrindo ao fundo. Despreocupada, ela parecia
não se importar muito com a loucura do namorado, se atentando mais em
celebrar o fim da Guerra.
Segundo a filha dos Mendonsa, Sharon Molleur, o marinheiro morreu no dia
17 de fevereiro de 2019, após uma queda em uma casa de repouso em Rhode
Island, EUA. Ele tinha 95 anos. Já Greta faleceu em 2016, aos 92 anos
de idade.
Simone Bitar
Aventuras na História
domingo, 23 de fevereiro de 2020
Ser Gagá
Ser Gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É
saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver,
são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade
interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior do
que a arcada.
Ser Gagá é
ficar pensando o dia inteiro em como seria bom ter trinta anos
ou, vá lá, quarenta, ou mesmo, ó Deus, sessenta! É ficar olhando
os brotinhos que passeiam, com o olhar esclerosado, numa inútil
esperança. É ficar aposentado o dia inteiro, olhando no vazio,
pensando em morrer logo, e sair subitamente, andando a meia hora
que o separa dos cem metros da esquina, porque é preciso
resistir. É dobrar o jornal encabulado, quando chega alguém
jovem da família, mas ficar olhando, de soslaio, para os íntimos
da coluna funerária. Ser Gagá é saber todos os mortos inscritos
no Time, em Milestones. Não é saber o Who is
who, mas os WHEN. É só pensar em comer, como na
infância. E em certo dia passar fome as vinte e quatro horas, só
de melancolia. É, na hora mais ativa do mais veloz Bang-Bang,
descobrir, lá no terceiro plano, uni ator antigo, do cinema
mudo, e sentir no peito a punhalada. É surpreender, subitamente,
um olhar irônico que trocam dois brotinhos, que, no entanto, o
ouvem seriamente. É querer aderir à bossa nova, falar “Sossega
Leão” e morrer de vergonha ao perceber o fora. É não querer, não
querer, mas cada dia ficar mais necessitado de amparo do que
outrora. É ter estado em Paris, em 19. É descobrir, de repente,
um buraco na roupa e dar graças a Deus, por ser na roupa.
Ser Gagá é
sentir plenamente que tudo que se leu, que se aprendeu, que se
viu e se viveu não vale nada diante do que estua. Ser Gagá é
estar sempre na iminência de ouvir em plena rua: “Olha o
tarado!” É ficar contente em ver Chaplin e Picasso como os “mais
charmosos” de sessenta! É chamar de menina à quarentona. É ter
uma esperança senil nos cientistas. É reparar, nos mais jovens,
o imperceptível sinal de decadência. É ficar olhando o detalhe,
nos amigos; a lentigem nas mãos, o cabelo que afina, a pele que
vai desidratando. Ser Gagá é o orgulho vão de ainda ter cabelo e
poucos brancos! A vaidade tola de não ter barriga; a felicidade
de ter dentes próprios. E fazer grandes planos quinquenais que
espantam os jovens que acham cinco anos a própria eternidade,
mas que o Gagá sabe que voam como voaram tantos, tantos, tantos.
É se apegar,
desesperadamente, pelo tremendo impulso da existência, aos
filhos, aos netos e aos bisnetos, embora saiba que eles não o
querem, que a convivência com eles é apenas parte e total do
egoísmo vital que o enterra. É sentir que agora, outra vez, está
bem de saúde. É sentir a saúde ocasional. É carregar o corpo o
tempo todo. É sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já
não há quem tenha prazer em lhe acarinhar a pele. É já não ter
prazer em passar a mão na própria pele. É esquecer de coisas
importantes e lembrar, sem saber por que, um gosto, um calor,
uma palavra há tempos esquecidos.
Ser Gagá é
procurar com afã a importância do cargo para de novo ser
solicitado, embora pelo cargo. É sentir que nada do que faça,
espantoso que seja, terá a importância do feito de outro homem,
nos inícios da vida. Ser Gagá é quando dormir tarde se torna uma
loucura, resgatada em feroz resfriado que dura uma semana. É ter
sabido francês, e esquecido. É já não jogar xadrez como outrora!
É olhar o retrato amarelado e lembrar que fotógrafo usava
magnésio. É dizer, como um feito, que ainda lê sem óculos. É
ouvir que alguém diz, quando passa na rua: “inda está firme!” É
ficar galante e baboseiro na terceira taça de champanha. É casar
com uma mulher mais jovem e querer dar logo ao mundo a inegável
prova de um filhinho.
Ser Gagá é, num
esforço mortal, aceitar tudo que inventam, todas as ideias, as
modas, a música, o ritmo de vida, mas não deixar de dizer numa
ironia profunda e amargurada. “Eu não entendo”. É sentir de
repente o isolamento. É ficar egoísta, e amedrontado. É não ter
vez e nem misericórdia.
Ser Gagá é
fogo. Ou melhor, é muito frio.
Millôr Fernandes
sábado, 22 de fevereiro de 2020
Augusto Branco
"Por que tenho no céu sempre um sol a brilhar,
por que tenho a cada amanhecer um novo começo para viver,
por que posso compartilhar contigo as minhas dores
e as minhas maiores alegrias,
percebo que neste mundo tudo é graça,
tudo vale a pena!"
Teatro Ica de Cajazeiras receberá Encontro de Gerações da Viola com famosa dupla de repentistas
Nesta sexta-feira (28) às 19h30min na Praça do Teatro ICA, Ivanildo
Vila Nova e Raulino Silva realizam o show: Encontro de Gerações da
Viola, realizado pela CZ Produtora e o Poeta Raimundo Borges.
José Dias Neto - DiáriodoSertão
O repente é, decididamente, uma tradição folclórica brasileira, cuja origem remonta aos trovadores medievais. Influente na região Nordeste do Brasil, o
repente é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o
improviso. E a cantoria vai sempre nos encantar, pela beleza e
espontaneidade de sua poesia e seus versos de improviso”.
A cantoria de versos improvisados ao som da viola é uma arte que
floresceu no meio rural do Nordeste, especialmente no sertão, mas, sem
sombra de dúvida, vem conquistando o público também das grandes cidades e não só das cidades do interior. E vem de forma crescente atraindo, cada vez mais, grandes plateias.
O produtor cultural Wanderley Figueiredo da CZ Produtora destaca a importância da cantoria de viola para a cultura nordestina.
“Os nossos primeiros repentistas, surgidos no sertão da Paraíba,
beberam, com certeza, em outras fontes, assim como os cordelistas. Tanto
os repentistas quanto os cordelistas iniciaram sua obra poética em
quadras de sete sílabas, como se fazia no velho mundo. Com relação aos
nossos repentistas, parece-nos provável que desde tempos anteriores ao
seu surgimento no sertão da Paraíba, cantadores anônimos tenham
perambulado Nordeste afora, ensaiando desafios, tocando viola e batendo
pandeiro, porque essas coisas não surgem de vez”.
Nesta sexta-feira (28) às 19h30min na Praça do Teatro ICA, Ivanildo
Vila Nova e Raulino Silva realizam o show: Encontro de Gerações da
Viola, realizado pela CZ Produtora e o Poeta Raimundo Borges.
Ivanildo Vila Nova, nordestino de Caruaru-Pernambuco, Ivanildo Vila Nova é considerado o maior repentista do país. Destaca-se “pela sutileza de seus versos, pela síntese de seus improvisos e pela variedade temática”. Dividirá o palco com ele o poeta norte-rio-grandense, hoje morando em Caruaru-PE, Raullino Silva.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
Trova
Coração que bate-bate...
Antes deixes de bater!
Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.
Antes deixes de bater!
Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.
Necrológico de sonho
Ex-deputado federal e ex-ministro do Superior Tribunal Militar,
Flávio Bierrenbach era apenas um garoto de quinze anos de idade quando
seu professor de Português determinou a lição do dia: cada aluno deveria imaginar como gostaria que escrevessem seu necrológico.
O garoto Flávio foi o único a merecer nota dez, com a seguinte frase: – Morreu ontem aos 99 anos, vítima de marido ciumento, o ex-presidente da República Flávio Bierrenbach.
DiáriodoPoder
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